Imaginando futuros possíveis e suas implicações

agosto, 2024‎ ‎ ‎ |

‎Por Eduardo Marçal

Em um mundo em que a inovação e a adaptação são essenciais para o sucesso das organizações, explorar cenários futuros não é apenas uma vantagem – é uma necessidade.

Imaginar futuros possíveis ajuda a moldar o presente de maneira mais estratégica. É uma prática que pode gerar insights preciosos, permitindo que líderes e equipes se antecipem às mudanças e capitalizem oportunidades emergentes.

Embora a “futurologia” não seja uma ciência tão nova assim, sua importância tem se tornado cada vez mais relevante. Neste artigo, imaginamos futuros possíveis (em alguns casos, já podem ser coisas do presente) e seus impactos para a saúde, educação, meio-ambiente e entretenimento.

1- Saúde

Com o avanço da telemedicina e da biotecnologia, estamos caminhando para cuidados de saúde hiper personalizados e mais acessíveis. E os wearables terão papel fundamental nesta evolução.

Imagine que os wearables do futuro analisem parâmetros corporais sem necessidade de intervenção – como analisar o sangue sem necessidade de agulha. Isso não apenas abriria portas para análises em tempo real de muitas métricas importantes, mas também permitiria feedback imediato sobre a eficácia de refeições, medicamentos e tratamentos. O setor farmacêutico, por exemplo, poderia avaliar a eficácia de medicamentos de forma mais ágil, ajustando tratamentos e deixando-os mais precisos.

2- Educação

A pandemia acelerou dois movimentos da indústria da educação: A democratização do formato híbrido de ensino e o just-in-time learning – em que o aprendizado é contextualizado e cuja aplicação é imediata.

No contexto corporativo, essa transformação não foi diferente. Em programas tradicionais de educação corporativa, os colaboradores aprendem uma série de temas teóricos e práticos, e os aplicam sem saber se realmente resolveriam os desafios no trabalho. Se imaginamos o futuro dos Learning Management Systems, estes poderão:

  • Gerar um diagnóstico em tempo real de gaps nos processos de negócio e dos conhecimentos dos colaboradores;

  • Com o diagnóstico, gerar planos de capacitação específicos para resolução destes gaps, adaptando-se ao nível de maturidade de cada colaborador

  • Avaliar o aprendizado mediante a resolução dos gaps encontrados

Essa abordagem – do ensino focado na resolução de problemas reais e imediatos – reduziria a sobrecarga de informação e aumentaria a eficácia dos programas de aprendizagem.

3- Meio Ambiente

As questões ambientais exigem uma abordagem proativa. Avanços em energias renováveis, mercado de carbono e agricultura sustentável são notórios e precisam continuar avançando. Mais além, podemos imaginar outros avanços que podem contribuir na proteção e na recuperação dos ecossistemas. Estes avanços se dividem em 2 grupos:

  • Proteção: Similar ao contexto da saúde, a aplicação de biossensores para monitoramento de ecossistemas pode gerar insights em tempo real e ajudar a prever queimadas ou outros eventos climáticos que impactem os biomas.

  • Recuperação: Imagine usar impressão 3D para recuperar corais ou habitats, ou utilizar enzimas e microrganismos para desintoxicação ambiental, que podem quebrar poluentes e resíduos tóxicos em ambientes contaminados.

Estes exemplos ilustram como a evolução da tecnologia pode oferecer soluções inovadoras para um futuro mais renovável. Integrando essas tecnologias de maneira sustentável e ética, pode-se criar um impacto duradouro nos ecossistemas.

4- Entretenimento

A indústria, que já vem sendo moldada pela creators economy, presenciará transformações profundas na medida em que a IA acelere e democratize a produção de conteúdo. Imagine dar ao usuário a possibilidade de criar um vídeo, música ou filmes inteiros através de um simples prompt. Isso traria 2 implicações profundas:

  • Mudanças no modelo de precificação das plataformas: Talvez faça sentido os streamings adotarem um modelo “pay-per-prompt” de precificação. O conteúdo é precificado dinamicamente com base na personalização desejada pelo usuário. Por exemplo, caso se queira vários atores famosos em um filme, ou um cenário mais complexo, a plataforma pode cobrar mais caro pelo prompt naquele momento. Essa abordagem pode ajudar a preservar os direitos de imagem e otimizar a receita das plataformas.

  • Sobre-oferta de conteúdo e redução dos tempos de produção: Se a plataforma disponibilizar conteúdo criado por inteligência artificial, isso poderá reduzir drasticamente o tempo de produção e os custos, facilitando a criação de vários episódios de uma vez. No entanto, surge uma questão: Como manter as expectativas da base de fãs se os próximos lançamentos não levarão muito tempo para serem produzidos?

Implicações e Oportunidades

Estes são somente alguns exemplos em como pensar sobre o futuro. Ao integrar essa prática na cultura, as organizações não apenas se preparam para o que está por vir, mas também se tornam agentes de mudança, moldando o futuro de maneira proativa.

A reflexão sobre cenários futuros precisa ser uma prioridade na agenda das organizações, permitindo que líderes e equipes se mantenham à frente em um mundo em constante transformação.

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CONSELHEIR@

Eduardo Marçal

Engenheiro Industrial com 6 anos de experiência em gestão de operações, atuando em diversos segmentos como energias renováveis, varejo, agritech e bens de consumo nas Américas e na Ásia. Atualmente, lidera programas focados em digitalização, crescimento e escala, resolvendo desafios que surgem da interação entre pessoas, sistemas e tecnologia.

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