A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia disruptiva que tem o potencial de transformar profundamente o ambiente de negócios, trazendo tanto oportunidades quanto desafios. Em particular, a governança de IA emergiu como um tema essencial para garantir que essa tecnologia seja utilizada de maneira ética, transparente e responsável. No contexto brasileiro, essa necessidade se torna ainda mais relevante, dado o cenário regulatório em desenvolvimento e a crescente adoção de IA por empresas que buscam melhorar suas operações e a jornada do cliente, tanto no âmbito físico quanto jurídico.
A Governança de IA no Cenário Brasileiro
A governança de IA envolve o conjunto de políticas, práticas e frameworks destinados a controlar, monitorar e regular o uso de algoritmos de IA, garantindo que eles respeitem princípios éticos e normativos. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma das principais normativas que impactam o uso de IA, especialmente quando se trata de dados pessoais. Segundo Aranha (2021), a LGPD impõe desafios significativos às empresas que utilizam IA, pois exige que o tratamento de dados seja feito de maneira justa e transparente, o que coloca em evidência a importância da governança da tecnologia em um nível institucional.
Além disso, organizações como o a NIST, OCDE, UNESCO, IAPP etc têm destacado a necessidade de criar padrões éticos para o desenvolvimento de IA, com foco na proteção de direitos fundamentais e na promoção de uma economia digital mais inclusiva e sustentável, para que instituições privadas e públicas utilizem Inteligências Artificial (não somente Generativas, mas também outros tipos e com conectividade e interoperabilidade com Softwares de Gestão (APIs).
O Framework de Governança de Inteligência Artificial, claramente, precisa ser implementado conforme a Governança de Dados e o Compliance Digital da instituição (seja ela privada ou pública) para que sejam conferidos maior robustez e confiabilidade.
Friso ainda, a importância de treinamentos constantes para modificação do Mindset da empresa e de seus colaboradores, bem como de todo o ecossistema (stakeholders) institucionais (fornecedores, prestadores de serviços, colaboradores temporários etc), gestores, conselheiros, todos precisam entender a sistemática de governo da Inteligência Artificial aplicada exclusivamente aquele negócio e sua cultura.
Ética e Responsabilidade no Uso de IA
A ética no uso de IA em negócios envolve questões como discriminação algorítmica, privacidade de dados e decisões automatizadas que afetam diretamente consumidores e cidadãos. Estudos apontam que a falta de uma governança robusta (de dados e de Inteligência Artificial) pode levar a práticas empresariais que desrespeitam a dignidade humana e os direitos civis, trabalhistas, empresariais, societários dentre outros.
No Brasil, casos de discriminação algorítmica em processos seletivos e decisões de crédito, como relatado por Almeida e Castro (2022), são exemplos concretos dos riscos associados ao uso inadequado de IA sem uma governança sólida. Portanto, uma governança de IA robusta é fundamental para evitar tais cenários e garantir que as decisões automatizadas sejam justas, auditáveis e passíveis de revisão. Isso é crucial para o desenvolvimento de negócios mais éticos e transparentes, onde a confiança do cliente é mantida e reforçada.
Melhorando a Jornada do Cliente com IA
As empresas brasileiras que adotam Frameworks de Governança de I.A. podem oferecer experiências mais personalizadas, serviços mais ágeis e maior eficiência operacional, e podem ser utilizadas para prever comportamentos de compra, otimizar a logística e automatizar processos repetitivos, proporcionando uma jornada mais fluida e satisfatória para os clientes, protegendo-os, inclusive, de efeitos negativos.
A governança de IA desempenha um papel importante e central para garantir que a adoção dessa tecnologia ocorra de maneira ética, responsável e que melhore a jornada do cliente em diversos setores. No Brasil, onde o cenário regulatório está em rápida evolução, as empresas precisam adotar práticas de governança de IA que não apenas cumpram a legislação, mas que também promovam confiança, transparência e responsabilidade.
Desse modo, os benefícios da IA podem ser plenamente realizados, desde que os riscos sejam gerenciados adequadamente por meio de estruturas de governança bem definidas. A adoção de frameworks éticos e o respeito aos direitos dos consumidores e cidadãos são fundamentais para construir um ambiente de negócios mais sustentável e inclusivo.