Vamos falar sobre “Global Business Innovation”?
O termo que carrega glamour no seu nome bonito, exige um olhar atento às tendências e inovações que acontecem em diferentes níveis, dentro de diversos setores, de forma global, além de metodologias para ser bem sucedido.
E nesse caso, antes de entrar no tema e mostrar porque ele é relevante para algumas empresas e startups, posso contar como cheguei em um formato que funciona – e não precisa de inteligência artificial.
A verdade é que para você se intitular como Executivo de Inovação em Negócios Globais, você precisa entender sobre as áreas de produtos, marketing, inovação e growth. Mais do que isso, é preciso criar conexões rápidas entre essas áreas para não perder o famoso “time to market”.
É importante saber como criar produtos e soluções a partir de tecnologias avançadas além de conectar uma cadeia de valor “end to end” usando modelagens de negócios com formatos de monetização direcionados para cada stakeholder ou player, integrando tudo isso ao ciclo de vida do produto e da tecnologia embarcada na hora do desenvolvimento.
Lembro quando comecei a minha carreira, há 15 anos atrás, e sempre tive dificuldade para me encaixar em modelos prontos, por isso, incrementei a minha visão multimercado com a metodologia de “business experience design” como alavanca para tangibilizar uma cadeia de valor totalmente conectada, onde qualquer C-Level que não está diretamente ligado à operação consegue entender como tudo funciona. E definitivamente, não estou falando de workflows ou fluxogramas. Isso funciona bem com o time mais técnico. Em nível executivo precisamos ser criativos e rápidos para conseguir investimentos que trarão mudanças significativas nas grandes empresas.
Então vou contar um exemplo de sucesso foi o design da experiência que criei para dar visibilidade ao ecossistema de IoT e Big Data da Telefónica Vivo, considerando as demandas de montadoras para desenvolver tecnologias em collab e entregar veículos conectados no Brasil e no mundo.
Honda, Hyundai, Mercedes, Volvo, Scania, John Deere, Caterpillar, e tantas outras marcas que conhecemos, precisavam ganhar escala e eficiência na produção e isso só seria possível com uma Telecom por trás. Mas por que não conseguiam fazer sozinhos?
Interoperailidade, eSIM, IoT (internet das coisas), SaaS, PaaS, dados, meios de pagamento e o avanço do 5G, vinham embarcados na produção de carros, caminhões e tratores conectados das marcas que citei acima, e tudo isso precisava de um chip virtual com a inteligência da Vivo, integrando toda a cadeia de valor B2B2C, com o “lifecycle do chip” atrelado à cada processo da linha de montagem, distribuição, entrega e revenda do veículo.
Não sei quantos de vocês já trabalharam ou trabalham com esse modelo de negócio, mas existem infinitas possibilidades de gerar novos tipos de receita quando conectamos: personas, experiência, plataforma inteligente e diferentes tipos de serviços e soluções para atender certos mercados. Agora, ainda mais interessante com a integração de AI, modelos preditivos e muito mais.
Mas vamos voltar para a metodologia e dizer porque ela funciona, independente do setor que atuo. Para começar, a sua visão tem que ser customer-centric e data-driven sim. Não só porque estão na moda, mas porque a experiência que você quer promover junto com a marca, para o cliente dela é o que determinará o sucesso da operação. E no geral, como atuamos em grandes empresas, no B2B ou B2C, isso acaba gerando um pouco de confusão, já que não necessariamente a sua área conseguirá fazer tudo isso sozinha. E dependendo da empresa, isso é bem segmentado, chegando a canibalizar algum produto atual da companhia. E isso aconteceu na época que lançamos isso, e o Vivo car precisou sair do mercado.
Lembrem-se: Experiência na cadeia de valor é maior que produto, serviço ou solução. Isso é o que de fato o seu cliente comprará pensando no cliente dele. Se pensamos assim, fica mais fácil “descomoditizar” os serviços padronizados de telecom, tornando-a uma tech estratégica. E foi isso que fizemos no nosso time, nos meus 3 anos dentro da Vivo, investindo mais em experiência do que em venda de sim card físico ou virtual.