A culpa é do RH

‎Por Nara Zarino

Em 2025, a Brand Finance divulgou a lista das 500 marcas mais valiosas do mundo. Na ordem do ranking das 10 mais temos Apple, Microsoft, Google, Amazon, Walmart, Samsung, TikTok, Facebook, Nvidia e State Grid. A maioria delas tem em comum: ser de tecnologia, ser inovadora e o mais relevante é ter o usuário no centro. 

Isso nos remete ao Manifesto Ágil. Satisfazer o consumidor; Aceitar bem as mudanças; Entregas frequentes; Trabalhar em conjunto; Confiar e Apoiar; Conversas face a face; Software funcionando; Desenvolvimento sustentável; Atenção Contínua; Manter a simplicidade; Times Auto-organizados; Refletir e Ajustar. O Manifesto foi criado em 2001, nos Estados Unidos, por programadores, mas podemos e devemos como RH entender para absorver e implementar em nossa realidade.

O User Experience (UX) e o Customer Experience (CX) não são novidade para Tecnologia e agregam valor para produtos e serviços, impactando diretamente negócios. Por outro lado, quando se fala em Employee Experience (EX), a experiência do colaborador, ainda é vista como uma área nova, talvez até supérflua. Não se vê a estratégia e o propósito de se trabalhar deste modo, com foco em algo relevante para a organização como o engajamento. Costuma ser banalizado e visto de forma simplista em ações isoladas que envolvem brindes e eventos. A culpa é do RH.  

De área transacional o RH precisa evoluir seu posicionamento para uma área que constrói e sustenta relações de longo prazo entre a empresa e as pessoas que nela trabalham. Ela contrata, remunera, comunica, orienta, oferece suporte, desenvolve, apresenta ferramentas e sistemas. Mas também promove evolução, transição, integração, reconhecimento, empoderamento e, acima de tudo, cria vínculos de confiança.

Portanto, a responsabilidade de transformar a percepção sobre a experiência do colaborador recai, inegavelmente, sobre o RH. É hora de o setor assumir um papel protagonista na construção de um ambiente de trabalho que verdadeiramente coloque as pessoas no centro, tal como as marcas de sucesso priorizam seus usuários. Ao internalizar os princípios do Manifesto Ágil e a mentalidade de EX, o RH deixará de ser visto como uma área meramente operacional para se consolidar como um motor estratégico de engajamento, retenção e, consequentemente, de resultados superiores para a organização. A mudança não é apenas desejável, é essencial, e o RH é o agente principal dessa transformação.

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CONSELHEIR@

Nara Zarino

Liderou times no RH da Stone, do Zé Delivery/da Ambev, da Loggi e do iFood. É Consultora, Professora, Mentora de Startups e Mentora de Profissionais. Jornalismo pela Universidade Católica de Santos, fez MBA Executivo em Marketing na FGV, Pós-graduação em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Relações Públicas na USP e MBA em Gestão de Pessoas na USP.

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