Customer Experience: a tecnologia se adapta a experiência do cliente ou a experiência do cliente à tecnologia?

‎Por Naomi Tatekawa

Todos sabem que o termo CX é um dos mais comentados atualmente. Nos últimos anos, seu conceito e importância têm sido amplamente debatidos por entusiastas e gurus que compartilham suas experiências incansavelmente. No entanto, muitos talvez não saibam, especialmente aqueles que estão se juntando ao movimento agora, que Customer Experience, ou Experiência do Cliente, é uma vertente antiga. Surgiu por volta da Revolução Industrial, no século XVIII, e ganhou destaque durante o desenvolvimento da economia dos Estados Unidos, afetada por eventos como a quebra da Bolsa de Valores em 1929 e a Segunda Guerra Mundial. 

Diante de um novo conceito de mundo, onde era importante se destacar frente à concorrência, empresas se viram obrigadas a se adaptar e abandonar a ideia de “faço do meu jeito, quem quiser, compre de mim”. Foi nesse momento que, de forma embrionária, o conceito e a importância de CX surgiram. 

Se considerarmos o final da Segunda Guerra Mundial como marco histórico, o CX hoje seria um senhorzinho de 80 anos que viu, viveu e se superou ao longo da sua existência. A cada nova década, surgiam novas necessidades e facilidades para seu desenvolvimento. No entanto, não podemos deixar de destacar o quanto a tecnologia foi um grande ator para o desenvolvimento e propagação da importância de CX. 

Ao longo dos anos, a tecnologia tornou-se uma aliada fundamental na evolução da Experiência do Cliente. Com o advento da internet e das plataformas digitais, as empresas passaram a coletar e analisar uma grande quantidade de dados, permitindo-lhes entender melhor as necessidades e preferências dos clientes. Ferramentas como CRM (Customer Relationship Management) e softwares de análise de dados possibilitaram um atendimento mais personalizado e eficiente, bem como ajustes em produtos e serviços, transformando a relação entre empresas e consumidores.

Com a possibilidade de análise de grandes volumes de dados, aprimorar a experiência do cliente se tornou uma tarefa mais eficiente e precisa. Integrar diferentes frentes que compõem o gerenciamento da experiência do cliente, unindo informações de diversas fontes, escutando, entendendo e agindo diante das necessidades dos clientes, tornou-se essencial para dar mais um salto no próximo capítulo de CX. Experiência do Cliente é muito mais do que um simples atendimento; trata-se de um conceito abrangente que envolve diretrizes diversas e busca continuamente melhorar toda a jornada do cliente com uma empresa.

Além disso, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina têm revolucionado a forma como as empresas interagem com seus clientes. Chatbots, assistentes virtuais e sistemas de recomendação são apenas alguns exemplos de como a tecnologia está sendo utilizada para aprimorar a experiência do cliente. Esses avanços tecnológicos não apenas agilizam o atendimento, mas também proporcionam soluções mais precisas e rápidas, aumentando a satisfação e a lealdade dos clientes. Dessa forma, a tecnologia e a Experiência do Cliente caminham lado a lado, cada uma potencializando os benefícios da outra. 

Diante desse cenário, fica a pergunta: a tecnologia se adapta a experiência do cliente ou a experiência do cliente à tecnologia? A resposta talvez esteja na interdependência entre ambos. Enquanto a tecnologia evolui para oferecer experiências mais fluidas e personalizadas, os clientes também se transformam, tornando-se mais exigentes e moldando as inovações com suas expectativas. O verdadeiro desafio para as empresas não é apenas acompanhar essa evolução, mas entender que CX não é um destino, e sim um processo contínuo, onde a escuta ativa e a adaptação constante são as chaves para criar relações duradouras e significativas.

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Naomi Tatekawa

Apaixonada por Customer Experience, minha jornada profissional é marcada por uma sólida experiência na construção e gestão de estratégias centradas no cliente. Ao longo dos anos, desenvolvi minha carreira nos principais institutos de pesquisa de mercado e em empresas de diversos segmentos, tanto no cenário nacional quanto internacional.

Minha expertise reside na estruturação e amadurecimento de áreas de CX, onde impulsiono a disseminação da cultura centrada no cliente e implemento métricas estratégicas como NPS, CES e CSAT. Estou sempre focada na melhoria contínua da jornada do consumidor e na Voz do Cliente (VOC). Minha atuação abrange metodologias qualitativas e quantitativas de pesquisa, aplicando análises preditivas, prescritivas, descritivas e diagnósticas para embasar tomadas de decisão assertivas.

Ao longo da minha carreira, liderei equipes multidisciplinares em projetos estratégicos voltados para a melhoria da experiência do cliente. Além disso, possuo conhecimento avançado em ferramentas essenciais para CX, como CRM, SQL, Power BI, Python, Pacote Office avançado e softwares de gestão da experiência do cliente.

Na Suvinil, fui responsável pela criação e desenvolvimento da área de CX. Entre os inúmeros cases baseados na tríade engajamento, métricas e cultura, destaco dois que me enchem de orgulho: a criação e fortalecimento dos Embaixadores CX, com seus fóruns, e a concepção, implementação e maturação do CX Data Driven.

Meu objetivo é transformar dados em ações estratégicas que elevem a experiência do cliente e impulsionem resultados de negócio.

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