A evolução constante e a complexidade dos desafios contemporâneos exigem abordagens inovadoras que transcendam os limites tradicionais de pensamento e atuação. Neste cenário, a mentalidade Nexilista emerge como um farol, guiando-nos por um caminho onde a interdisciplinaridade e a colaboração se tornam peças-chave para solucionar problemas complexos. Este conceito, enraizado na capacidade de formar conexões valiosas entre diferentes campos de conhecimento, desafia a segmentação e a normatização herdadas da revolução industrial, que há muito moldam nossos sistemas educacionais e profissionais.
Historicamente, o processo educacional foi segmentado em cursos, disciplinas e níveis de formação, isolando áreas de conhecimento e dividindo o indivíduo (cuja etimologia vem do indivisível): o profissional, o cidadão e a pessoa. Como se possível fosse, dentro da complexidade do mundo contemporâneo, tratar de forma isoladas essas partes. A dicotomia entre teoria e prática, vida acadêmica e profissional, generalista e especialista, apesar de ter trazido eficiência em contextos anteriores, mostra-se insuficiente diante dos desafios atuais, marcados por sua complexidade intrínseca. Problemas complicados, que demandam conhecimentos específicos e soluções direcionadas, contrastam com os problemas complexos, cuja superação requer uma abordagem holística e colaborativa.
Neste contexto, o pensamento nexialista se apresenta como uma habilidade crítica, enfatizando a importância de estabelecer ligações entre saberes distintos para conceber soluções inovadoras. A educação, portanto, deve evoluir para promover essa mentalidade, capacitando indivíduos não apenas como especialistas ou generalistas, mas como pensadores nexialistas que compreendem o valor das conexões entre diversas áreas do conhecimento.
A aplicação da mentalidade nexialista estende-se além da educação, infiltrando-se na maneira como abordamos a inovação e o empreendedorismo. No livro “The Voyage of the Space Beagle” (1950), de Alfred Elton van Vogt, o termo nexialista foi cunhado. A figura do protagonista, Dr. Elliott Grosvenor, ilustra o poder do nexialismo ao reunir competências generalistas e especialistas para superar desafios complexos. Esta narrativa simboliza a transição necessária em nossas instituições e na sociedade como um todo: de silos isolados de conhecimento para redes dinâmicas de colaboração inter e transdisciplinares.
Adotar uma mentalidade nexialista significa reconhecer a interconexão e a interdependência entre diferentes campos do saber e aplicar esta visão na resolução de problemas. Ao fazê-lo, não apenas ampliamos nossas próprias capacidades e perspectivas, mas também criamos um terreno fértil para inovações que podem transformar positivamente nossa sociedade.
A importância da mentalidade nexialista na inovação não pode ser subestimada. Ela nos capacita a enfrentar a complexidade do mundo atual com uma abordagem mais integrada e sistêmica, promovendo soluções que são simultaneamente criativas, eficazes e sustentáveis. À medida que avançamos, cultivar essa mentalidade em indivíduos e organizações será fundamental para desbloquear o potencial inovador que enfrenta os desafios do nosso tempo.