Como a experiência do cliente impacta o sucesso empresarial?

novembro, 2024‎ ‎ ‎ |

‎Por Humberto Ferreira

No cenário empresarial atual, em que a concorrência é intensa e a transformação digital redefine a interação com clientes, a experiência do cliente (Customer Experience, ou CX) tornou-se um fator decisivo para o sucesso das empresas. Cada ponto de contato – seja no ambiente físico ou digital – representa uma oportunidade de fortalecer a lealdade, aumentar o engajamento e, por fim, converter clientes em defensores da marca. Em um mercado onde produtos e serviços podem ser rapidamente copiados, é a experiência que diferencia uma marca de suas concorrentes.

Para líderes de tecnologia e empresários, entender e aplicar estratégias de CX é essencial para se manter competitivo. Além disso, a medição precisa dessas iniciativas é fundamental para avaliar o retorno sobre o investimento e identificar oportunidades de melhoria contínua.

O que é customer experience e por que é importante?

Customer Experience, ou CX, refere-se à percepção que o cliente tem sobre a interação com uma marca ao longo de toda a jornada do cliente. Essa percepção é formada por cada interação que ele tem com a empresa, seja navegando no site, conversando com o atendimento ao cliente, ou até recebendo um e-mail de acompanhamento. Um CX positivo aumenta a probabilidade de fidelização e promove a retenção de clientes, enquanto uma experiência negativa pode levar ao abandono e a avaliações negativas.

De acordo com o estudo “Experience is everything: here’s how to get it right” da PwC, 73% dos consumidores consideram a experiência do cliente um fator crucial em suas decisões de compra. Além disso, 65% dos consumidores afirmam que uma experiência positiva tem mais impacto do que uma boa publicidade. Esses dados reforçam o potencial de uma estratégia de CX bem implementada, tornando-a um pilar essencial para a construção de valor de longo prazo para a marca.

Como aplicar uma estratégia de CX na prática

Para aprimorar a experiência do cliente (CX), o primeiro passo essencial é o mapeamento da jornada do cliente. Esse processo envolve identificar todos os pontos de contato que o cliente tem com a marca, desde o primeiro contato até o pós-venda. Ao compreender essa jornada, torna-se possível reconhecer os momentos mais importantes para o cliente e os pontos de atrito que afetam negativamente sua experiência. Muitas empresas que buscam excelência em CX adotam o mapeamento da jornada como prática. De acordo com o relatório “State of the Connected Customer” da Salesforce, 80% dos clientes afirmam que a experiência oferecida por uma empresa é tão importante quanto seus produtos e serviços. Com essa abordagem, a empresa constrói uma visão holística da experiência do cliente, ajustando o atendimento e a comunicação para atender, ou até mesmo superar, as expectativas.

Na sequência, a personalização e a segmentação ganham destaque, pois hoje os clientes esperam que as empresas adaptem a experiência de acordo com suas preferências e comportamentos. Ao utilizar personalização e segmentação, o CX se torna mais relevante e impactante. Essas práticas podem incluir recomendações de produtos com base em compras anteriores, conteúdo direcionado e ofertas personalizadas. A Netflix, por exemplo, utiliza dados de comportamento dos usuários para sugerir conteúdo de forma personalizada, o que aumenta o engajamento e a satisfação dos clientes. No setor de e-commerce, essa estratégia também é comum, com sugestões de produtos baseadas no histórico de compras, proporcionando uma experiência mais envolvente e personalizada.

Por fim, a implementação de tecnologias de atendimento é um fator determinante para melhorar o CX. Ferramentas como chatbots, assistentes virtuais e inteligência artificial (IA) possibilitam a automação do atendimento, reduzindo o tempo de espera e oferecendo respostas rápidas para as dúvidas dos clientes. A IA também permite antecipar necessidades, promovendo uma experiência mais fluida. A integração omnichannel, por sua vez, oferece ao cliente a capacidade de transitar entre diferentes canais de comunicação – como telefone, chat, e-mail e redes sociais – sem perder o contexto da interação. De acordo com um estudo da Zendesk, empresas com uma estratégia omnichannel robusta retêm cerca de 89% de seus clientes, enquanto aquelas com estratégias menos integradas mantêm apenas 33%. Dessa forma, a tecnologia se confirma como uma grande aliada na construção de uma experiência do cliente consistente e satisfatória

Como medir o impacto das suas estratégias

Implementar uma estratégia de experiência do cliente (CX) é apenas o início; garantir que essas ações estão efetivamente gerando valor é fundamental, e isso requer mensuração contínua. Entre as métricas mais usadas, o Net Promoter Score (NPS) destaca-se como uma das mais populares e eficazes para avaliar a lealdade dos clientes. Essa métrica baseia-se em uma simples pergunta: “Em uma escala de 0 a 10, o quanto você recomendaria nossa empresa/produto para um amigo ou colega?”. As respostas são classificadas em três grupos: detratores (0-6), passivos (7-8) e promotores (9-10). Empresas com altos NPS tendem a investir bastante em CX, pois o NPS mede não só a satisfação, mas também a lealdade e o potencial de recomendação dos clientes, tornando-se um indicador valioso de crescimento sustentável a longo prazo.

Outra métrica importante é o Customer Satisfaction Score (CSAT), que avalia a satisfação imediata dos clientes após interações específicas, como uma compra ou uma chamada de suporte. Diferente do NPS, o CSAT é mais pontual e permite captar a percepção dos clientes sobre interações individuais com a marca. Perguntas como “Quão satisfeito você está com o atendimento recebido?” oferecem uma visão direta do que está funcionando e do que pode ser aprimorado.

Em terceiro lugar, o Customer Effort Score (CES) mede o esforço que o cliente precisa despender para resolver um problema ou atender uma necessidade. A ideia é simples: quanto menor o esforço, melhor a experiência. O CES é especialmente útil para avaliar a eficiência dos processos de suporte ao cliente, sendo uma boa redução nesse índice um sinal de que a experiência do cliente se torna cada vez mais fluida e satisfatória.

A taxa de retenção de clientes também é uma métrica valiosa, pois indica a porcentagem de clientes que continuam a fazer negócios com a empresa ao longo do tempo. Uma boa estratégia de CX deve impactar positivamente essa taxa, já que clientes satisfeitos tendem a retornar. Esse indicador é crucial, uma vez que manter clientes existentes é mais econômico do que conquistar novos, e clientes fiéis geralmente tendem a gastar mais.

Por fim, o Tempo Médio de Resolução (TMR) mede o período necessário para resolver uma questão ou problema do cliente, um fator que influencia diretamente a percepção que o cliente tem da empresa. Quanto mais rápido o problema é resolvido, melhor é a experiência, e, por isso, reduzir o TMR é prioridade para empresas focadas em eficiência e satisfação no atendimento.

Casos de sucesso na implementação de CX

Algumas empresas são referência em customer experience. Por exemplo, a Amazon é conhecida por sua obsessão em torno do cliente, oferecendo uma experiência de compra simplificada e eficiente, com um sistema de entrega rápido e opções de devolução sem complicações. Já o Zé Delivery, serviço de entrega de bebidas da Ambev, destaca-se pelo foco em conveniência e agilidade, oferecendo uma experiência acessível e personalizada. Durante a pandemia, sua popularidade cresceu rapidamente, pois o serviço atendeu com eficiência às necessidades dos consumidores em um momento crítico. Além de garantir uma entrega rápida, a empresa implementou feedbacks constantes e melhorias para assegurar uma experiência prática e confiável. Esse compromisso com a adaptação às preferências dos clientes fortalece a imagem positiva da marca e fideliza seus usuários.

Esses exemplos mostram que empresas que colocam o cliente no centro de suas operações conseguem não apenas reter clientes, mas também transformar essa experiência em um diferencial competitivo.

Portanto a experiência do cliente não é apenas um conceito passageiro, mas um dos pilares estratégicos de empresas que desejam prosperar no mercado moderno. Com práticas bem aplicadas, como o mapeamento da jornada do cliente, personalização, integração tecnológica e métricas bem definidas, é possível transformar o CX em um ativo valioso que promove lealdade, engajamento e, consequentemente, crescimento para a marca.

Para líderes de tecnologia e empresários, investir em CX é investir na construção de relacionamentos sólidos e duradouros com os clientes. Ao medir e otimizar continuamente a experiência do cliente, sua empresa estará em uma posição única para se destacar e prosperar em um mercado cada vez mais competitivo

Humberto-Ferreira

CONSELHEIR@

Humberto Ferreira

Humberto Ferreira é uma referência em Experiência do Cliente (CX) com uma trajetória consolidada em empresas globais como Atento Brasil, Telefônica, Informa Markets e Zé Delivery (AMBEV). Com ampla experiência em Customer Experience e Relacionamento Comercial, ele transformou a forma como marcas se conectam com seus clientes, liderando iniciativas que geram valor e resultados tangíveis.

Graduado com MBA em Gestão da Inovação, Comunicação e Marketing, e especializações em Psicologia Organizacional e Gestão Estratégica de Pessoas, Humberto atua na linha de frente da transformação digital, com uma abordagem centrada em processos e pessoas. Sua visão estratégica o levou a atuar em projetos de alto impacto no Brasil, Europa e América Latina, trazendo para suas consultorias uma adaptabilidade cultural e um olhar global sobre o comportamento do cliente.

Como especialista em CX, Humberto Ferreira é conhecido pelo domínio de KPIs e SLAs críticos, como NPS, CES, FCR, CSAT e CHURN, que ele usa para desenhar jornadas eficazes e melhorar cada ponto de contato com o cliente. Combinando excelência operacional e inovação, Humberto é uma voz influente para empresas e organizações que buscam resultados duradouros em um mercado competitivo, ajudando grandes empresas a construírem experiências que deixam marcas em Experiência do Cliente.

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