A aceitação do Pix como meio de pagamento nos aeroportos pela Gol não foi apenas uma decisão comercial ou uma resposta à crescente popularidade desse método no Brasil. Por trás dessa implementação, houve uma revisitação profunda dos processos internos de backoffice, garantindo que a infraestrutura financeira da companhia estivesse preparada para essa mudança.
Esse caso ilustra como a inovação, muitas vezes, não depende apenas de novas tecnologias ou ferramentas, mas de uma adaptação estrutural que permite que essas tecnologias sejam integradas de forma eficiente. Ao otimizar fluxos operacionais internos, a Gol conseguiu viabilizar o Pix como uma opção viável e segura para clientes e para a própria empresa.
O impacto do Pix no setor aéreo
Desde seu lançamento pelo Banco Central em 2020, o Pix revolucionou os meios de pagamento no Brasil. Com transações instantâneas e sem custos significativos para os usuários, tornou-se rapidamente uma preferência tanto para consumidores quanto para empresas.
No setor aéreo, onde agilidade e conveniência são fatores essenciais, a aceitação do Pix oferece vantagens como:
- Confirmação instantânea de pagamento, acelerando processos de check-in e compra de passagens de última hora.
- Redução de custos operacionais, eliminando taxas de cartões de crédito e otimizando a conciliação financeira.
- Maior acessibilidade para clientes, permitindo que passageiros sem cartão de crédito tenham mais opções de pagamento.
No entanto, para que a Gol pudesse adotar esse meio de pagamento nos aeroportos, foi necessário reavaliar seus processos internos, garantindo que a integração do Pix acontecesse de forma eficiente e segura.
Revisitação de processos internos e integração ao backoffice
A implementação do Pix pela Gol exigiu uma reformulação de diversos processos internos, especialmente nas áreas de financeiro, TI e operações aeroportuárias. Alguns dos principais desafios incluíram:
- Integração com sistemas de pagamento existentes: O Pix precisava ser incorporado às plataformas da Gol de forma fluida, garantindo que as transações fossem processadas com rapidez e segurança.
- Automação da conciliação bancária: Diferente dos cartões de crédito, onde há um fluxo já estabelecido para captura, processamento e liquidação, o Pix funciona em tempo real. Foi necessário adaptar os sistemas para reconhecer e validar pagamentos instantaneamente.
- Treinamento das equipes nos aeroportos: Como um meio de pagamento relativamente novo no setor aéreo, os colaboradores precisavam ser treinados para lidar com possíveis dúvidas dos clientes e garantir uma experiência de pagamento sem fricção.
- Segurança e compliance: O fluxo de pagamentos precisou ser revisado para atender aos padrões regulatórios e garantir que as transações via Pix estivessem protegidas contra fraudes e erros operacionais.
Essas mudanças envolveram tanto a adaptação de sistemas internos quanto a revisão de políticas e protocolos operacionais. Empresas que desejam adotar novas tecnologias de pagamento precisam considerar não apenas a viabilidade técnica, mas também a adequação de seus processos internos para garantir uma implementação bem-sucedida.
Benefícios e reflexos dessa mudança para a Gol
Ao revisar e otimizar seus processos internos para viabilizar o Pix nos aeroportos, a Gol conseguiu não apenas atender a uma demanda crescente dos clientes, mas também obter ganhos estratégicos:
- Melhoria na experiência do cliente, reduzindo filas e tempo de espera no pagamento de serviços adicionais.
- Aumento na conversão de vendas, permitindo que passageiros realizem compras de última hora sem depender de dinheiro físico ou cartões.
- Eficiência operacional, com menos burocracia no processamento e conciliação de pagamentos.
Esse movimento reforça a importância de revisar e adaptar processos internos sempre que uma nova tecnologia for adotada. Muitas inovações não são barradas pela falta de ferramentas disponíveis, mas sim pela dificuldade de integração com os fluxos de trabalho já existentes.Em suma, a experiência da Gol com o Pix mostra que, para inovar com eficiência, é preciso olhar para dentro antes de implementar mudanças para fora. Empresas que entendem essa dinâmica conseguem se adaptar mais rapidamente às novas tendências do mercado e oferecem um serviço mais ágil e eficiente aos seus clientes.